sexta-feira, 26 de junho de 2009

Elogio à loucura.

Soa estranho, mas quando eu entro aqui, sinto uma sensação ruim. Preciso parar com estes textos nostálgicos, eles não favorecem o meu humor. Bem, agora mudando de assunto, eu tenho um livro que se chama Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam. Como sabem, meu gosto para livros difere-se largamente do gosto da maioria de vocês, mas de qualquer forma, eu o achei excelente. A loucura, que é sempre vista apenas como uma doença ou como uma característica negativa e indesejada, é personificada em uma forma distinta nesse livro; mostra-se mais natural do que pensamos, mais presente do que imaginamos. E já que ninguém mais lhe dá crédito algum por tudo o que faz pela humanidade, ela tece elogios a si mesma. Para não perder o costume de fazer perguntas espectras nos meus posts, aqui vai a primeira delas: O que seria de nós, seres humanos, se a insanidade não nos impulsionasse a realizar atos imprudentes? Digo, imprudentes para a opinião generalizada de pessoas que deveriam refletir mais sobre o tema, já que, geralmente, os atos que a maior parcela da sociedade considera imprudentes não chegam nem perto de serem, de fato. Acham que a vida seria suportável, com suas desilusões e desventuras, se a loucura não suprisse as pessoas de um ímpeto vital, irracional e incoerente? Não é mérito da loucura haver no mundo laços de amizade que nos liguem a seres perfeitamente imperfeitos e defeituosos? Nós não devíamos nos colocar a serviço da razão, devíamos fazer o contrário. A razão é que tem de ser colocada a serviço de nós mesmos. A loucura está por toda parte.

“O número de loucos é infinito. Ora, esse número infinito compreende todos os homens, com exceção de uns poucos, e duvido que alguma vez se tenha visto esses poucos”.

Conceituem-se melhor nesse quesito e desbravem-se. Tudo passa a fazer muito mais sentido. Não é necessário esforço algum, seus próprios atos cotidianos já lhes trarão tal característica, sem que vocês sequer percebam. Vocês e ela já caminham lado a lado, queiram ou não.

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